Um dos grandes pensadores do século 20, Lévi-Strauss tornou-se conhecido na França, onde seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da antropologia. Filho de um artista e membro de uma família judia francesa intelectual, estudou na Universidade de Paris.
De início, cursou leis e filosofia, mas descobriu na etnologia sua verdadeira paixão. No Brasil, ecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central. É o registro dessas viagens, publicado no livro "Tristes Trópicos" (1955) que lhe trará a fama. Nessa obra ele conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.
Exilado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi professor nesse país nos anos 1950. Na França, continuou sua carreira acadêmica, fazendo parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.
O estudioso jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como privilegiada e única. Sempre enfatizou que a mente selvagem é igual à civilizada. Sua crença de que as características humanas são as mesmas em toda parte surgiu nas incontáveis viagens que fez ao Brasil e nas visitas a tribos de índígenas das Américas do Sul e do Norte.
O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".
Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas lingüísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar, produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do cérebro. Escreveu, em " "O Pensamento Selvagem", que a língua é uma razão que tem suas razões - e estas são desconhecidas pelo ser humano.
Lévi-Strauss não vê o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta.
Membro da Academia de Ciências Francesa (1973), integra também muitas academias científicas, em especial européias e norte-americanas. Também é doutor honoris causa das universidades de Bruxelas, Oxford, Chicago, Stirling, Upsala, Montréal, México, Québec, Zaïre, Visva Bharati, Yale, Harvard, Johns Hopkins e Columbia, entre outras.
Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17o Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha. Declarou na ocasião: "Fico emocionado, porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".
De início, cursou leis e filosofia, mas descobriu na etnologia sua verdadeira paixão. No Brasil, ecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central. É o registro dessas viagens, publicado no livro "Tristes Trópicos" (1955) que lhe trará a fama. Nessa obra ele conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.
Exilado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi professor nesse país nos anos 1950. Na França, continuou sua carreira acadêmica, fazendo parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.
O estudioso jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como privilegiada e única. Sempre enfatizou que a mente selvagem é igual à civilizada. Sua crença de que as características humanas são as mesmas em toda parte surgiu nas incontáveis viagens que fez ao Brasil e nas visitas a tribos de índígenas das Américas do Sul e do Norte.
O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".
Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas lingüísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar, produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do cérebro. Escreveu, em " "O Pensamento Selvagem", que a língua é uma razão que tem suas razões - e estas são desconhecidas pelo ser humano.
Lévi-Strauss não vê o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta.
Membro da Academia de Ciências Francesa (1973), integra também muitas academias científicas, em especial européias e norte-americanas. Também é doutor honoris causa das universidades de Bruxelas, Oxford, Chicago, Stirling, Upsala, Montréal, México, Québec, Zaïre, Visva Bharati, Yale, Harvard, Johns Hopkins e Columbia, entre outras.
Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17o Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha. Declarou na ocasião: "Fico emocionado, porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".
Estruturalismo Considerações Gerais
O estruturalismo e uma espécie de refinamento do funcionalismo. Mas ambos possuem
Modelos de abordagem que permitem explicar o aspecto sincrônico da cultura; ou seja,
Tanto o funcionalismo e o estruturalismo de Levi-Strauss defendem a tese da possibilidade
De explicação da cultura e da sociedade sem uma incursão necessária na historia. E
Ainda são constituídas por uma analise sistemática e características do positivismo. No
Entanto, apesar das semelhanças, existem muitas diferenças entre ambos e, a partir dos
Próximo tópico fará com que as mesmas sejam percebidas, delimitando e indicando
Suas peculiaridades.
Conceitos de estrutura em Levi-Strauss
Quando se fala em estrutura, pensa-se em algo sólido e fundamental. Algo dotado de
Substância.
Para Higiene Wolf, ela significa apenas maneira como as partes de um todo estão
Dispostas entre si.
Benveniste, ao escrever sobre o termo "estrutura" na lingüística, atribui sua origem
Aos cursos de Ferdinand de Saussure. Suas consideracoes nos permitem entender que a
Centralizacao da visão no aspecto sistemico garante muita coisa comum entre o funcionalismo
E o estruturalismo de Levi-Strauss.
A principal diferença entre o conceito de estrutura usado por Radclie Brown e o
Que aparece em Levi-Strauss está no fato de que para este, a estrutura seria apenas uma
Matriz ou modelo de análise construiu a partir da observação da realidade social.
Lévi-Strauss percebeu dois tipos de dinâmica na realidade social: uma previsível
Porque prevista no próprio sistema ou estrutura, outra imprevisível, isto é, imponderável,
Por se dever a casos e circusntancias exógenas a estrutura.
Estrutura e Consciência
A idéia de "estruturas mental inconsciente” como universal e considerando-se estarem
Elas por trás de todas as culturas sendo responsaveis pelas formas particulares assumidas
Nas mesmas, aproxima bastante Levi-Strauss dos evolucionistas.
A respeito dos modelos conscientes e insconscientes, nosso autor considera as abordagens
Tradicionais da antropologia incapazes de captar os inconscientes, dos quais os
Modelos conscientes não passam de efeitos deformados.
Apesar de não ser ignorada, a consideração de o inconsciente no agir humano perde
Muito valor para o estudioso frente, a grande dificuldade que ha em se atingir o inconsciente
E a vulnerabilidade a que Ca exposto o próprio pesquisador, podendo se comprometer
Pelo uso de modelos pré-fabricados pelo próprio inconsciente.
Segundo o professor Roberto Motta, a postulação explícita de estruturas mentais a históricas de reciprocidade, inatos ao cérebro humano constitui-se em um grande equívoco
E um passo mortal.
Em relação ás colocações de Levi-Strauss, concordamos em que são ecléticas metaf.
Únicas e contestáveis.
Culturas Frias e Culturas Quentes
Por achar que e mais fácil detectar as estruturas mentais inconscientes básicas a partir
De sociedades simples do que no seio das sociedades complexas, Lévi-Strauss enaltece a
Harmonia e sabedoria das culturas dos povos simples chamadas por ele de sociedades
Frias ou culturas frias, parecendo até ser partidário da teoria da evolução ou decadência
Da humanidade, afinal, as sociedades "quentes" dotadas de história ou inseridas na roda
Viva da história afasta-se cada vez mais da ordem "natural", "naturalmente boa".
Sabe-se, no entanto, que a diferença entre sociedades "frias" e sociedades "quentes"
Não pode se explicar pelas estruturas mentais inconscientes nem pela própria estrutura
Concreta que Lévi-Strauss visa atingir.
Parece que o problema entre sociedades frias e quentes está em que uma é simples e
A outra, complexa, uma tem controle centralizado e a outra, um controle difuso.
Vende a história como uma realidade dialética, e a partir da perspectiva de que a forma
Atual de uma cultura e apenas uma forma possível, o estruturalismo de Lévi-Strauss parece
Útil ao estudo da cultura, da realidade histórica e humana. Seus métodos são válidos, mas
As suas conclusões nem sempre o são por se tornar tendencioso.
O estruturalismo ressalta ainda que para se tiver realmente um conhecimento de outra cultura é necessário ter experiências, de fatos concretos e empíricos, não adianta só fazer uma Observação não participante para da cultura, pois na sua estrutura está sua essência. Sempre devemos acompanhar as mudanças Históricas e saber por qual momento a cultura se passa.
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